Não sei se fui apresentada ao livro
Ou se ele veio a mim
Infinidades
Afinidades
Coisas assim!
Não sei se senti o cheiro
De mato
De alecrim
Cheirinho de coisa nova
Ou perfume... De jasmim!
Não sei se o gosto na boca
Foi da palavra doce
De coco, de amendoim...
Seria um doce de agosto
De_leite de chocolate
Servido lá no jardim?
Não sei se as cores vivas
Pintadas no arco-íris
Aquarelaram na folha.
Ou se foi da cor o lápis
Azul de um céu sem fim.
Acho que foi a palavra
Descoberta por acaso
Histórias de gatos pardos
Que trouxe o mundo pra mim.
Letras pretas dançarinas
Os meus olhos conquistaram
E tanto mais eu gostava
E muito mais eu queria
Descobrir a fantasia
Na leitura que chegava.
Dançavam meus cinco anos
Numa página desenhada
Nas letras desconhecidas
Que da infância tornava-se
A mais bela companhia.
Fátima Mota 2009
quarta-feira, setembro 25
sábado, setembro 14
domingo, setembro 8
Apenas uma crônica
Eu
gosto mesmo é das possibilidades, sou deslumbrada pela vida e por tudo o que
acontece em torno de mim. Seus altos e baixos, invernos e verões, escuros e
clarões, me lanço dos infernos astrais aos céus da ilusão.
O meu fascínio é por gente que se
arrisca, que ama, ri, sofre, canta e dança. Gente que não se acostuma e se
lança mesmo sem âncoras. Gente olho no olho, pele e emoções, além da
superfície, além da aparência.
Eu gosto das probabilidades que há nas portas
entreabertas, das frestas e fendas que comportam a infinitude, das curvas
ariscas, sem mornos, sem medidas, sem encostas e raízes.
Apraz-me a magia do amanhecer e da saudade
do fim da tarde. Encanta-me a lua e seus fios de prata, as cores multifacetadas
no cais e a lira na hora da Ave-Maria. Gosto
dos colares e rendas, dos terços e das oferendas, da oração e sua magnitude,
dos rosários e compassos do meu coração.
Viver sem tendas ou assentos marcados, sem cruzes
fincadas ao chão, sem absurdos e migalhas na relação. Cobiço aqueles bordados à mão que rendam as páginas
da nossa história, desenhos grafados com desiguais pontos: cheios, craseados,
cravejados, linhas pontilhadas, em cores ou preto e branco, representações matizadas.
Gosto da sonoridade das palavras, dos vocábulos
intermediários e do poema das entrelinhas. É belo sentir
o poder do silêncio e a leveza do perdão. Distrai as más intenções.
Eu gosto mesmo é de sentir na veia o
redemoinho da vida e o alvoroço do dia-a-dia, às vezes da janela, outras, fantasia...
delicadezas e escolhas. Permitir-se,
definir-se, não se deixar envelhecer e nem enterrar os seus sonhos. Esplêndida ou feia assim é a vida, com grandes
estreias e muitos desafios, com plateias e figurantes, com flores e cardos, bailados e cantatas noturnas, palavras
benditas outras nem tanto, caminhos e atalhos, multidão, solidão, comunhão. Às vezes é preciso desfazer-se das armaduras
e separar coisas amiúdes que nos subtraem ou maximizam. Às vezes são precisos desafios para ser
feliz.
Gosto de ser feliz ainda que em pequenas
ou imensas doses_ sem culpas e sem analistas
para desatar os meus nós.
domingo, setembro 1
Setembros
Todos os cheiros me visitam
todas as flores me perfumam
todas as cores me saúdam.
O vento norte sopra memórias
abrem-se comportas
Os meus invernos despediram-se
as minhas ites ( tendinites, busites)
foram-se com o frio.
Renova-se o ciclo e os odores
novos amores,novos pecados,
até novos dissabores.
A tristeza estrangula-se
e caudalosa deságua
é hora de a_mar
de ir e voltar
de chegar e ficar.
Hora de saber-se, de querer-se.
A vida começa a acontecer
é hora de acordar
desejar botões de orquídeas,
violetas, jasmins, girassóis,
flores em profusão.
É hora de janelas abertas
in_disfarçáveis esperas
na boca da noite
e de beijo com gosto de framboesa.
*Fátima Mota*
todas as flores me perfumam
todas as cores me saúdam.
O vento norte sopra memórias
abrem-se comportas
Os meus invernos despediram-se
as minhas ites ( tendinites, busites)
foram-se com o frio.
Renova-se o ciclo e os odores
novos amores,novos pecados,
até novos dissabores.
A tristeza estrangula-se
e caudalosa deságua
é hora de a_mar
de ir e voltar
de chegar e ficar.
Hora de saber-se, de querer-se.
A vida começa a acontecer
é hora de acordar
desejar botões de orquídeas,
violetas, jasmins, girassóis,
flores em profusão.
É hora de janelas abertas
in_disfarçáveis esperas
na boca da noite
e de beijo com gosto de framboesa.
*Fátima Mota*
sábado, agosto 17
METAMORFOSE
As coisas nem sempre são
o que parecem
Entre o joio e o trigo
há uma separação
Entre o rio e o mar
algumas desertificações
Nas estradas de flores
podemos encontrar espinhos e dores.
As palavras são declarações
boas ou más
intenções
pontos, vírgulas,interrogações.
As reticências são tempos
de ouvir, calar, analisar.
Há um olho que vê
e um coração que se deixa ...
texturas do prazer
sangria da dor.
Des_Encontros bizarros!
A sensibilidade se encarrega
de ocultar ou escancarar a razão.
A verdadeira amizade não permite equívocos
ou certezas acabadas
não se pode revogar a confiança.
Há tanta metamorfose
sob o nosso olhar
e sobre o nosso querer.
A borboleta antes da beleza
foi casulo
- mistérios da natureza.
Às vezes é preciso acreditar.
o que parecem
Entre o joio e o trigo
há uma separação
Entre o rio e o mar
algumas desertificações
Nas estradas de flores
podemos encontrar espinhos e dores.
As palavras são declarações
boas ou más
intenções
pontos, vírgulas,interrogações.
As reticências são tempos
de ouvir, calar, analisar.
Há um olho que vê
e um coração que se deixa ...
texturas do prazer
sangria da dor.
Des_Encontros bizarros!
A sensibilidade se encarrega
de ocultar ou escancarar a razão.
A verdadeira amizade não permite equívocos
ou certezas acabadas
não se pode revogar a confiança.
Há tanta metamorfose
sob o nosso olhar
e sobre o nosso querer.
A borboleta antes da beleza
foi casulo
- mistérios da natureza.
Às vezes é preciso acreditar.
sábado, agosto 10
domingo, julho 7
Des_lembranças
Distraídos
os pensamentos aquecem
velhas memórias
in_quietas lembranças
tornam-se densas
referendam-se caos
des_lembranças tenras.
Do esquecimento os meus neurônios
há muito se desencantaram
pequenos detalhes desacatam
e trazem de volta
fogueiras mornas
que, de repente
reavivam-se.
E_ternas chamas.
sexta-feira, junho 28
quarta-feira, junho 19
Colossal
Nada de pressa
a noite seguia lenta
afinal o silêncio
era tanto
que o barulho do vento
fazia solidão desmedida.
Era quase nada
o pensamento
cheirava a mato
nos cantos da madrugada.
Entre cactos e palmatórias
era quase mundo
do seu ponto de vista.
Eram joelhos dobrados
oração precisa
enquanto coração partia-se
e o rosário tecia versos nas mãos.
Era quase uma crença
uma esperança sem jeito
absolvição de lágrimas
Era quase uma rendição
- dores na despedida.
FMota
domingo, maio 26
sábado, maio 25
Destarte ( Assim sendo)
Não me prenda em
castelos
ainda que dourados
Não me trate absurdos
nem meios tons de cinza
Não desacate meus medos
nem acautele os meus segredos
Não tente mensurar minhas distâncias
meus sonhos pulsam entre partir e ficar
Não quero casulos entre meus a_mares
nem cidadelas para os meus altares
Meus muros, já tombaram
em terras férteis
liberdade será meu epitáfio
e a minha casa chão de estrelas
Não cobiço esquinas
que não me permitam
soltar asas
Sem fortins
sem amarras
sem sofismas
Vivo.
- Não crie expectativas sobre o meu querer!
Fatima Mota 25/05/13
domingo, abril 14
Hoje amanheci assim: Devaneios
Devaneios
Habito o poema dias, noites
e até nas madrugadas
Ás vezes armo uma rede
com varandas e
ouso fazer
das entrelinhas
o avesso das minhas palavras.
Às vezes navego, sem barco
a_mares, sem lemas, sem penas
tão-somente poema.
Às vezes faço convites
e anseio caravanas
mas na verdade
a poesia me basta.
Fatima Mota
14/04/2013
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