quarta-feira, janeiro 23

Florada


Flores me dão bom-dia
um cheiro outonal
entra em mim... enfim... alegria.

FATIMA MOTA

sábado, janeiro 19

Com amor e com afeto

Te amo sem medo, cheia de desejo
Te amo  feito galho nas enxurradas
Estrelas na madrugada.
Te amo feito estátua, sem nada perguntar
fruta madura no pomar.
Te amo como  eu sei amar
Feito gata no cio, sem fatiga
Te amo como deusa em sagrado deserto
Com a lucidez de uma mente in_sana.
Porque te amo nos invernos e outonos,
Nos girassóis da primavera , em todos os sóis do verão,
Na praia deserta,  nas marés que vem e vão.
O meu amor está  nas pontas  dos dedos,
Nos teus absurdos segredos!
Na chuva,  no rio, na lira, Ninfa no leito macio
Tesouro no final do  arco-íris. Meu amor é a minha melhor poesia!
E como todo amor , é generoso, é duradouro,  se faz eterno!
Nada pedi em troca , senão,  dar-te todo o meu afeto.

terça-feira, janeiro 15

......Idades

................Idades

Eu tenho a idade que o tempo generosamente me concede
Conto meus dias como quem conta estrelas
...infinitas!
Minhas lembranças às vezes doces, degusto
... guloseimas! Passeio por elas com saudade.
As amargas, engulo
...remédio necessário!
As contas do meu rosário, gastas, acariciam meus pensamentos,
Às vezes, cutucam, ferroadas
... abelhas!
Vivi muitas estrelas, d’alvas, cadentes...
Vi muitas vidas, calmas, ardentes...
Solucei alegrias, sorri das dores,
...Irreverente!
Acalantei amores, gotejei rios, marejei saudades.
Dormi com cheiro de mar... beijei as marés na manhã calma
Pesquei estrelas na madrugada...
Como a lua, enluarei-me,
...enamorada!
Dilui esperanças, renasci criança.
Já me desnudei inteira e falei mentiras
Fui menestrel e dancei poesias
Fiz pausas e engoli silêncios
Encontrei-me numa folha em branco
Enxerguei-me nos teus rabiscos
Fui cruel com a minha escrita
Afoguei as letras na sopa das verdades.
Acompanhei o tempo sem medo
A idade cronológica não me pesa
Engulo a noite só para ver a madrugada
A fantasia entra suave nos meus ouvidos
Não dedilho a vida com uma nota só
Respinga em mim a alvorada
E um concerto desconcerta-me
Sou incomodada
....incomodo!
Quero mais, quero todos os meus ais
Os meus grisalhos, quero-os presentes
... no presente!
Do futuro...
Quero uma foto
... com os meus netos
Ainda não os tenho!

segunda-feira, janeiro 14

Chuva de verão

Chuva de verão


De repente
Todos os gris deslumbram
O horizonte torna-se íntimo do oceano
E o meu olhar já não vislumbra ao longe
Entre o céu e a terra os cheiros me visitam
Cheiro de maresia
E de antecipação da tarde que se faz outono.

Renitente, o sol tenta
Recolorir a paisagem em tons violetas e quentes
Descortina-se entre brancos carneiros de nuvens
Testemunho da vida  que lá fora corre apressada.

É um caso de amor apressado entre o verão e a cidade.

A tarde sucumbe ao tempo e
Por entre as cores do arco
Íris de Deus em lamento chora
Molhando o asfalto e os pensamentos meus.
FATIMA MOTA

quarta-feira, janeiro 9

Parceria: Fátima Mota e Denise Severgnini



AS ROSAS NÃO FALAM?

As rosas não falam?
Que palavras são aquelas
Exaladas sob a forma de perfume de amor?

Denise Severgnini



Quem disse que as rosas não falam?

Sim, elas falam.
Nos cheiros  que acompanham  a  saudade
Na brisa que nos invade
Na despetalada flor,solitária.
Nas madrugadas,
As rosas falam,
Linguagem que só os apaixonados
Conseguem perceber.

Fátima Mota





domingo, janeiro 6

QUIMERAS

Por do sol - Natal -RN

Quimeras

Eram tantos os desejos
e as horas a escorrer nos dedos.

Eram tantos os saberes
e a vida a escrever no tempo.

Eram tantos recortes
e as agulhas a costurar verdades.

Eram tantas os quereres
e a solidão a transcender os dias.

Eram tantos os amores
e os desejos a tatuar meus olhos.

Eram tantas as saudades
e o bem querer a completar sorrisos.

Era um tempo onde as ru(s)gas
desenhavam poemas
e ser feliz

- apenas um detalhe .

Natal,06/01/2013

sábado, janeiro 5

Passarinho na janela

Passarinho na janela
Vem um bom dia me dar
Com bela plumagem amare
la
E um canto a me saudar.

No bico para ofertar
Traz uma flor amarela
Passarinho na janela
Vem um bom dia me dar.


Vejo ao longe um barco à vela
Sorvo o cheiro de mar
Não tem coisa mais singela
Que ver sempre ao acordar
Passarinho na janela.

quarta-feira, janeiro 2

Promessa


Poetrix



Real_idade

Entre dias e  barcos

brincam de sonhos

velhos_meninos.







Palavras e silêncios

As palavras alforriam
despudoradamente Minh ‘alma
quedam-se
... iguais a cascatas
deságuam rios
que se alargam em leito de pedras.

Às vezes as palavras calam
forjam silêncios que dizem mais
de mim
do que os vocábulos
rasgados.

Nos silêncios deitam-se as palavras
no veio da noite.
 
_ Solidão cala a voz.