Por-do-sol - Campina Grande -Pb
Matizes
Há sempre um assombro entre
meus olhos.
Há sempre um espanto nos
meus ouvidos.
O fim do dia me põe de
joelhos.
Quedo-me e silencio.
Lá onde a vista se alonga
há uma pintura abstrata,
vermelhos e purpúreos,
claros alaranjados.
Uma mão divina caprichou nas pinceladas!
Inquietas formas
e sombras,
colisão entre céu e serras
árvores e terra.
E no caminho, uma árvore
solitária
finca raizes no árido chão.
Um dia contarão a sua história!
Um dia contarão a sua história!
Indiferentes pássaros fazem
a sua revoada,
quase noturna, quase
soturna.
A natureza reverbera os
seus matizes
beleza e pranto se
confundem.
Penso nos avessos do
cotidiano
caminhos de pedras e flores
recortes e contrastes
afetos e saudade.
Não sei se a natureza chora
ao despedir-se do dia.
Seria um festim da noite
para alumiar as dores
desertadas entre faces e
risos?
A minh'alma reparte-se sublimando o dia.
Recolhe-se a fala e, quieta, dorme.
Imperativo calar!
Atrás dos montes um gigante acomoda-se
logo sera noite e a lua ,
de fases, esconde-se.
Será que verei estrelas nos
meus descaminhos?
Fátima Mota
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirFico impressionada com a sua sensibilidade para a poesia. A imagem ficou linda e a poesia mais ainda. Parabéns por tamanha criatividade. Sou sua fã! Beijos!!!
ResponderExcluirObrigada, a recíproca é mais do que verdadeira. Bj.
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